domingo, 27 de maio de 2007

Judá e Tamar - Um parênteses na história (Gn. 38)

A história que lemos hoje interrompe a história de José, porém é muito importante, pois fala do nascimento de Peres, um dos antepassados do rei Davi e de Jesus. Os leitores de hoje em dia com certeza terão muitas dúvidas ao lerem este capítulo, pois ele nos mostra muitos costumes e normas de conduta utilizadas naquele tempo e que hoje nós ocidentais nem cogitaríamos a hipótese.

Logo no primeiro versículo, lemos que Judá se separou de sua família. Pelo momento que a história é contada - logo após terem vendido seu irmão - podemos supor que ele tenha preferido se afastar para não ter que conviver com o sofrimento de seu pai e sobretudo por causa da mentira que ocultava.

Após a morte de seu esposo, Tamar lutou pelo seu "direito de ter um filho" e sobretudo garantir os direitos de Er, seu esposo, em ter o seu nome preservado através de um descendente. Em tais situações, era dever do cunhado perpetuar a linhagem de seu irmão falecido e a também prover o sustento e as necessidades da viúva.

O cunhado Onã, porém, agiu de forma diferente do esperado e se recusou a perpetuar a linhagem de seu irmão. A Bíblia é clara em dizer que tal atitude não agradou ào Senhor, que o matou. (Leia mais em: Por que Deus faz morrer algumas pessoas?)

Tamar então recebe a promessa de que poderia ter seu filho quando o cunhado mais novo atingisse idade, e volta à morar com seu pai. Ao perceber que a promessa não seria cumprida, ela cria um plano tão arriscado que coloca em jogo sua própria vida e honra.

Judá toma Tamar como uma prostituta cultual*, e não a reconhece, uma vez que era costume da época ter o rosto velado durante o ato sexual. Segundo a Bíblia Vida, tal prática perpetuava a ilusão de que o parceiro estava tendo intercurso sexual com a deusa do templo.

* Prostituta Cultual: As prostitutas cultuais eram usadas nos cultos de fertilidade no Oriente Médio. Nesses cultos acreditava-se que a colheita e os rebanhos eram aumentados pelo intercurso ritual com as prostitutas de certas deusas como Aserá, Asterote e Anate.

Após saber que sua nora havia engravidado, a notícia bombástica: ele era o pai da criança, ou melhor, das crianças gêmeas. Judá assume então a responsabilidade por seu pecado, e Tamar passa a ser uma mãe solteira. A vergonha de não ter filhos no antigo Oriente Médio era muito maior do que a de ser mãe solteira. Como os filhos eram de Judá, Tamar tinha direito aos benefícios de sua família, e até mesmo de parte da herança.

Terminamos este capítulo lendo a narrativa do nascimento de Perez, o primogênito. A luta desses gêmeos nos faz lembrar a história do nascimento de Jacó, quando agarrou o calcanhar do irmão ao nascer! Também pudera... da linhagem do primogênito nasceu o rei Davi e o Rei dos Reis!

Leia este trecho aqui

Um comentário:

Anônimo disse...

Seria muito bom colocar as referencias Biblicas para que nos pudessemos ler esta historia na íntegra.obrigada.